Com a entrada em vigor do novo Acordo Ortográfico, muitos podem pensar: “de que valeu o esforço para entender por que ‘infraestrutura’ se escrevia com hífen e anti-imperialista, sem ele?”
Entretanto, esteja a favor do acordo ou contrário a ele, ninguém está livre de uma revisão ortográfica.O acordo, porém, visa unificar a ortografia e não a pronúncia e o significado das palavras.
As tiras abaixo são um bom exemplo disso. A primeira saiu em um jornal português; a segunda, num jornal brasileiro.
Pela fala expressamos a melodia da língua. É um processo quase intuitivo, que praticamos quando expiramos com maior ou menor força.
Na escrita, utilizamos recursos gráficos para “ensinar” ao leitor a cantar essa melodia, ora apontando a sílaba tônica, ora indicando se o som vocálico é aberto ou fechado com o uso dos sinais diacríticos. Por isso é que se diz que a palavra “acento” encontra sua etimologia, ou seja, a origem da sua formação na expressão latina ad cantum (=para o canto).Sinal diacrítico é um signo gráfico que se associa a uma letra para lhe dar uma característica fonética diferente daquela que a letra possui isoladamente. Exemplo clássico de sinal diacrítico é a cedilha, que diferencia a pronúncia do < c > de 'caco' do < c > de 'caço' (do verbo 'caçar'). Além dela, existem o acento agudo ('lá'), o til ('lã'), o acento circunflexo ('lâmpada') e o acento grave ('àquela').
Então, se aplicamos acentos gráficos para “ajudar a cantar” a melodia da língua, quais as regras formuladas pelo Novo Acordo Ortográfico no particular?
No que interessa aos brasileiros, a acentuação gráfica, que é tratada nas Bases VIII, IX, X e XI do Acordo, é o tema em que se verifica o maior índice de alterações, se considerada a quantidade de palavras que tiveram a grafia modificada.De modo geral, as modificações se concentram:
. nas palavras paroxítonas (‘heroico’, ‘ideia’),
. naquelas em que ocorre hiato (‘feiura’, ‘voo’) e
. nas homógrafas, ou seja, que têm a mesma grafia (‘pelo’, ‘pera’).
Essas modificações têm sempre o objetivo de eliminar os acentos gráficos até então presentes nesses grupos de palavras, e não de acrescentá-los.
1ª REGRA:
Elimina-se o acento agudo das palavras paroxítonas cuja sílaba tônica seja formada pelos ditongos abertos < ei > e < oi >.
Como era
antes
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Como deve
ser agora
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alcalóide
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alcaloide
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alcatéia
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alcateia
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apóio (verbo apoiar)
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apoio
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asteróide
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asteroide
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assembléia
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assembleia
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bóia
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boia
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clarabóia
|
claraboia
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colméia
|
colmeia
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Coréia
|
Coreia
|
Galiléia
|
Galileia
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geléia
|
geleia
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hebréia
|
hebreia
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heróico
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heroico
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idéia
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ideia
|
intróito
|
introito
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jibóia
|
jiboia
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jóia
|
joia
|
odisséia
|
odisseia
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onomatopéia
|
onomatopeia
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paranóico
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paranoico
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platéia
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plateia
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protéico
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proteico
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tramóia
|
tramoia
|
Atenção:
2ª REGRA:
Elimina-se o acento agudo de palavra paroxítona formada pelas vogais < i > e < u > precedidas de ditongo.
Como era
antes
|
Como deve
ser agora
|
baiuca
|
baiuca
|
bocaiúva
|
bocaiuva
|
boiúna
|
boiuna
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cauíla
|
cauila
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feiúra
|
feiura
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maoísmo
|
maoismo
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Sauípe
|
Sauipe
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taoísmo
|
taoismo
|
Atenção:
3ª REGRA:
Elimina-se o acento circunflexo nos seguintes casos:1. Nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos ‘crer’, ‘dar’, ‘ler’, ‘ver’ e seus derivados.
Como era
antes
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Como deve
ser agora
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crêem (verbo crer)
|
creem
|
dêem (verbo dar)
|
deem
|
descrêem (do verbo descrer)
|
descreem
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lêem (verbo ler)
|
leem
|
relêem (do verbo reler)
|
releem
|
vêem (verbo ver)
|
veem
|
Como era
antes
|
Como deve
ser agora
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abençôo (verbo abençoar)
|
abençoo
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dôo (verbo doar)
|
doo
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enjôo (verbo ou subst.)
|
enjoo
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magôo (verbo magoar)
|
magoo
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perdôo (verbo perdoar)
|
perdoo
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povôo (verbo povoar)
|
povoo
|
vôo (verbo ou subst.)
|
voo
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zôo
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zoo
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Elimina-se o acento agudo na vogal < u > das formas verbais que contenham < qu > e < gu > rizotônicos, ou seja, quando o < u > presente nessas sequências é tônico e faz parte da raiz do verbo.
Na prática, além de perderem o trema quando o < u > é átono, verbos como ‘arguir’ e ‘redarguir’ e suas flexões não mais recebem o acento agudo, ainda que mantida a tonicidade no < u >.
ARGUIR
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arguo,
arguis, argui, arguímos, arguís, arguem
|
REDARGUIR
|
redarguo,
redarguis, redargui, redarguímos, redarguís,
redarguem
|
Atenção:
1. Nas formas rizotônicas, ou seja, quando a tonicidade recai sobre o radical (aquele elemento que aparece em todas as formas flexionadas de verbos regulares), acentuam-se o < a > e o < i > do radical.
Veja, por exemplo, a conjugação dos verbos ‘aguar’ e ‘averiguar’, em que a tonicidade recai sobre os radicais < ag > de ‘aguar’ e < averig > de ‘averiguar’.
Veja, por exemplo, a conjugação dos verbos ‘aguar’ e ‘averiguar’, em que a tonicidade recai sobre os radicais < ag > de ‘aguar’ e < averig > de ‘averiguar’.
AGUAR
|
AVERIGUAR
|
||
(eu) águo
|
(que eu) águe
|
(eu) averíguo
|
(que eu) averígue
|
(tu) águas
|
(que tu) águes
|
(tu) averíguas
|
(que tu) averígues
|
(ele) água
|
(que ele) águe
|
(ele) averígua
|
(que ele) averígue
|
(nós) aguamos
(*)
|
(que nós) aguemos
|
(nós) averiguamos
|
(que nós) averiguemos
|
(vós) aguais
|
(que vós) agueis
|
(vós) averiguais
|
(que vós) averigueis
|
(eles) águam
|
(que eles) águem
|
(eles) averíguam
|
(que eles) averíguem
|
(*) Observe que, nas formas destacadas, a sílaba tônica recai fora do radical < ag > de ‘aguar’ e fora do radical < averig > de ‘averiguar’. Portanto, não são acentuadas. Veja o caso seguinte.
AGUAR
|
AVERIGUAR
|
||
(eu) aguo
|
(que eu) ague
|
(eu) averiguo
|
(que eu) averigue
|
(tu) aguas
|
(que tu)
agues
|
(tu)
averiguas
|
(que tu)
averigues
|
(ele) agua
|
(que ele) ague
|
(ele) averigua
|
(que ele) averigue
|
(nós) aguamos
|
(que nós)
aguemos
|
(nós)
averiguamos
|
(que nós)
averiguemos
|
(vós) aguais
|
(que vós) agueis
|
(vós) averiguais
|
(que vós) averigueis
|
(eles) aguam
|
(que eles)
aguem
|
(eles)
averiguam
|
(que eles)
averiguem
|
Assim, se a tonicidade recair sobre o < u >, este não receberá acento gráfico, como nas formas ‘enxague’, ‘oblique’; porém, se a tonicidade recair sobre as vogais < a > ou < i > da sílaba anterior, estas, obrigatoriamente, receberão acento gráfico (‘enxágue’, ‘oblíque’).
Atenção:
5ª REGRA:
Quando palavras de sentidos diferentes têm a mesma grafia, verifica-se o fenômeno da homografia.
As palavras homógrafas podem também ser homófonas, ou seja, terem o mesmo som, apresentarem os mesmos traços fonéticos. Para a Ortografia isso representava um complicador, daí a criação de ACENTOS DIFERENCIAIS – agudo ou circunflexo –, a fim de que, mesmo se tomadas isoladamente, fora de contexto, essas palavras contivessem “marcas” que indicassem a qual campo semântico pertenciam.
Entretanto, com a entrada em vigor do Novo Acordo, a regra geral é no sentido de que não mais se distinguem palavras homógrafas.
Quando palavras de sentidos diferentes têm a mesma grafia, verifica-se o fenômeno da homografia.
As palavras homógrafas podem também ser homófonas, ou seja, terem o mesmo som, apresentarem os mesmos traços fonéticos. Para a Ortografia isso representava um complicador, daí a criação de ACENTOS DIFERENCIAIS – agudo ou circunflexo –, a fim de que, mesmo se tomadas isoladamente, fora de contexto, essas palavras contivessem “marcas” que indicassem a qual campo semântico pertenciam.
Entretanto, com a entrada em vigor do Novo Acordo, a regra geral é no sentido de que não mais se distinguem palavras homógrafas.
Como era
antes
|
Como deve
ser agora
|
pára (verbo parar)
/ para (preposição)
|
para
(verbo e preposição)
|
péla (verbo pelar)
/ pela (preposição) / péla (substantivo)
|
pela
(preposição, verbo e substantivo)
|
pólo
(substantivo) / pôlo (substantivo) / polo (preposição antiga)
|
polo
(substantivos e preposição)
|
pélo (verbo pelar)
/ pêlo (substantivo) / pelo (preposição)
|
pelo
(verbo, substantivo e preposição)
|
pêro
(substantivo) / pero (conjunção antiga)
|
pero
(substantivo e conjunção antiga)
|
pêra
(substantivo) / pera (preposição antiga)
|
pera
(substantivo e preposição antiga)
|
Apenas algumas palavras permanecem acentuadas para se distinguir pelo acento gráfico:
- ‘pôr’ (verbo) para diferenciar de ‘por’ (preposição);
- ‘pôde’ (verbo na 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo) para diferenciar de ‘pode’ (3ª pessoa do singular do presente do indicativo); e
- os verbos ‘ter’ e ‘vir’, bem como seus derivados (‘manter’, ‘deter’, ‘reter’, ‘conter’, ‘convir’, ‘intervir’, ‘advir’ etc.) para diferenciar as formas da 3ª pessoa no singular (presente do indicativo) das formas da 3ª pessoa no plural (presente do indicativo).
6ª REGRA:
CASOS FACULTATIVOS
O Acordo recebeu assim a duplicidade articulatória de algumas palavras geralmente provenientes do francês, que, como reporta, “nas pronúncias cultas, ora é registrada como aberta, ora como fechada”, admitindo, pois, tanto o acento agudo como o acento circunflexo:
1) Algumas palavras oxítonas terminadas em < e > tônico admitem tanto o acento agudo quanto o acento circunflexo.
É facultativo
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bebê
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bebé
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bidê
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bidé
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canapê
|
canapé
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caratê
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caraté
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crochê
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croché
|
guichê
|
guiché
|
nenê
|
nené
|
purê
|
puré
|
rapê
|
rapé
|
2) Torna-se facultativo o emprego do acento circunflexo nas palavras oxítonas ‘judô’ e ‘metrô’;
3) É facultado, para fins de diferenciação, o uso do acento agudo nas formas verbais paroxítonas do pretérito perfeito do indicativo, na 1ª pessoa do plural, quando coincidirem com a forma verbal correspondente do presente do indicativo.
Presente
do Indicativo
|
Pretérito perfeito do Indicativo
|
Aceita-se a grafia para representar o pretérito
perfeito
|
amamos
|
amamos
|
amámos
|
cantamos
|
cantamos
|
cantámos
|
dançamos
|
dançamos
|
dançámos
|
louvamos
|
louvamos
|
louvámos
|
Atenção:
Veja, a seguir, um quadro resumido das novas regras de acentuação gráfica:
QUADRO RESUMIDO
ACENTUAÇÃO
GRÁFICA
|
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REGRA
NOVA
|
EXEMPLOS
|
ATENÇÃO!
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|
Como
era
|
Como
fica
|
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Não se acentuam mais os ditongos abertos < ei > e < oi >
das palavras paroxítonas.
|
andróide,
estóico, geléia, heróico, idéia, platéia
|
androide,
estoico, geleia, heroico, ideia, plateia
|
O acento permanece:
1) Nas palavras oxítonas, mesmo que ocorram os ditongos abertos < ei > e < oi >, como em: ‘hotéis’, ‘heróis’, ‘papéis’, ‘troféu’, ‘troféus’;
2) Nas paroxítonas terminadas em < r >,
como ‘blêizer’, ‘contêiner’, ‘destróier’, ‘gêiser’;
3) Nos monossílabos tônicos: ‘dói’, ‘méis’,
‘réis’, ‘sóis’.
|
Não
se acentuam mais o < i > e o < u > tônicos quando vierem depois
de ditongos em palavras paroxítonas.
|
baiúca
bocaiúva, cauíla, feiúra
|
baiuca,
bocaiuva, cauila, feiura
|
O acento
permanece:
1) nas
palavras oxítonas em que o < i > e o < u > aparecem em posição
final, seguidos ou não de < s >, tal como em ‘Piauí’ e ‘tuiuiús’;
2) nas
paroxítonas em que o < i > e o < u > não vêm depois de ditongo,
como acontece em ‘juíza’, ‘uísque’, ‘ruína’ e ‘saúva’.
|
Não se acentuam mais as palavras terminadas em < eem > e < oo
>.
|
abençôo,
crêem, enjôo, lêem, perdôo, vêem
|
abençoo, creem, enjoo, leem,
perdoo, veem
|
|
Não
se acentua mais o < u > tônico precedido de < g > ou < q >
na conjugação de verbos como arguir, redarguir, apaziguar, obliquar e
averiguar.
|
apazigúe,
argúi, averigúe, obliqúe
|
apazigue,
argui, averigue, oblique
|
|
Não se usa mais o acento diferencial em: ‘pára/para’, ‘péla/pela’,
‘pêlo/pelo’, ‘pólo/polo/pôlo’, ‘péra/pêra’.
|
“Ela pára o carro”;
“Foi ao mercado comprar pêra”;
“Viajaram ao pólo Norte”;
“O cachorro estava com o pêlo macio”
|
“Ela para o carro”:
“Foi ao mercado comprar pera”; “Viajaram ao polo
Norte”;
“O cachorro estava com o pelo macio”.
|
Permanecem os seguintes acentos:
1) o que diferencia ‘pode’ (verbo ‘poder’, 3ª pessoa do Presente do
indicativo) de ‘pôde’ (verbo ‘poder’, 3ª pessoa do Pretérito Perfeito do
indicativo);
2) o que diferencia ‘por’ (preposição) de ‘pôr’ (verbo);
3) o que diferencia o singular do plural na 3ª pessoa do Presente do
Indicativo dos verbos ‘ter’ e ‘vir’ e seus derivados, tais como ‘manter’,
‘reter’, ‘deter’, ‘conter’, ‘convir’, ‘intervir’, ‘advir’ etc:
ele mantém/ eles mantêm; ele detém/eles detêm; ele intervém/eles
intervêm.
|
Devido à duplicidade articulatória observada
em certas regiões, admite-se tanto o acento agudo como o acento circunflexo
em algumas palavras oxítonas terminadas em < e > tônico.
|
‘bebê ou bebé’; ‘bidê
ou bidé’, ‘caratê ou caraté’; ‘guichê ou guiché’; ‘nenê ou nené’
|
São facultativos:
1) o acento circunflexo
nas palavras oxítonas ‘judô’ e ‘metrô’; e
2) o acento circunflexo para diferenciar as
palavras ‘forma’ (substantivo e verbo ‘formar’) e ‘fôrma’ (substantivo).
|
Para fins de
diferenciação, é facultativo o uso do acento agudo nas formas verbais
paroxítonas do pretérito perfeito do
indicativo, na 1ª pessoa do plural, quando coincidirem com a forma verbal
correspondente do presente do
indicativo.
|
‘amamos ou amámos’;
‘cantamos ou cantámos’;
‘louvamos ou louvámos’
|
|